UNEB- UNIVERSIDADE DO
ESTADO DA BAHIA
PROGRAD – ASPES/FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA
EDUCAÇÃO
BÁSICA – UNEB/MEC/CAPES/ PLATAFORMA FREIRE
CURSO DE LICENCIATURA DE HISTÓRIA
DISCIPLINA-HISTÓRIA DA ÁFRICA
SÔNIA
MARA DOURADO MARTINS
PRODUÇÃO
TEXTUAL:
A
HISTÓRIA DA ÁFRICA HOJE
Irecê – Bahia
2012
SÔNIA MARA DOURADO
MARTINS
PRODUÇÃO
TEXTUAL:
A HISTÓRIA
DA ÁFRICA HOJE
Texto apresentado como instrumento de avaliação da disciplina História
da África, ministrada pelo docente Jorge Nery, componente curricular do curso
de Licenciatura em História, 1º módulo do 3º ano, oferecido pelo programa Uneb/Mec/Capes/Plataforma Freire.
Irecê – Bahia
2012
A HISTÓRIA DA ÁFRICA HOJE
A História da África iniciou junto com a criação do
mundo, já que ela é considerada o “berço da humanidade”. Mas, afinal qual é a
História da África que se conhece até aqui?
Uma África retratada numa visão eurocêntrica que sempre
representou o continente até então marginal e serviu, tendo sua essência histórica
mascarada, silenciada, camuflada, desfigurada e mutilada, descrita numa
perversa interpretação estrangeira por forças das circunstâncias ou mesmo pela
própria ignorância e na base de interesses.
Conhecer o maior continente em extensão territorial
através de recortes desalinhados e simplificados, no qual a ênfase maior que se
dar é de que é um continente de uma natureza diversificadamente enorme tanto na
fauna como na flora, habitadas por povos selvagens no meio das matas que às
vezes é generosa e muitas vezes cruel, deixando a verdadeira História da
diversidade social, cultural, étnica e política, oculta e silenciada.
Partindo deste pressuposto, e, da inquietação de muitos
que tem a curiosidade aguçada pelo desconhecido. Hoje já se tem historiadores
africanos e africanistas, que pela honra da ciência, numa tomada corajosa de
consciência e de posição sob o olhar horizontal da UNESCO, de Conselhos
Internacionais e de Colaboradores Africanos vem nos mostrar que é tempo0 de
mudar o discurso sobre o continente que até então foi construindo a partir de
uma matriz de consciência alienada.
Sob esta perspectiva, deixam claro que não se trata
de uma história-revanche, mas sim, de uma necessidade de descrever uma África
de verdade histórica a fim de que seja possível criar em todos, uma consciência
autêntica, rigorosamente examinada e fundada sobre provas.
Provas estas pautadas em fontes escritas
(documentos), na arqueologia e na tradição oral. No qual a História da África
abandonará a visão positivista descrita pelos europeus que faziam apologia aos
grandes heróis e feitos heróicos, passando a serem rescritas numa visão da Nova
História, dando voz, vozes e vez aos silenciados por muito tempo.
Passando a conhecê-la na sua singularidade e
diversidade de cada região, de cada povo, desde a estrutura físico/geográfico,
clima, à distribuição demográfica, entendendo a partir daí o processo de
ocupação, de desenvolvimento aos quais se encontram atrelados, até mesmo muito
tempo antes de Cristo, como no caso da parte norte que é voltada para o Mar
Mediterrâneo onde facilitava o comércio arábico e Ibérico, nesta ótica
conhecida como História fatual.
Percebe se até aqui que o grande objetivo da UNESCO
junto com os coordenadores africanos, é apresentar uma História da África na
sua interdisciplinaridade ainda desconhecida, ou seja, estudar cada povo na sua
particularidade nos aspectos culturais, social, político, étnico, no espaço e
no tempo sem estruturas modeladas sobre hegemonias antigas. Passar a vê-la de
seu interior a partir do pólo africano e da consciência criada de si mesmo, do
respeito às diferenças permitindo a construção e constituição sob um olhar
coletivo e autônomo sem intervenção de estrangeiros.
Obrigatoriamente esta história passa a ser a
História dos povos africanos, partindo do estudo global (do todo) às partes,
nas suas minuciosas características, estudada e analisada sob a ótica do
respeito mútuo. Além do mais, esta história deverá evitar ser excessivamente
fatual, pois com isso, corre o risco de voltar a ser aquela “África” descrita
pelos europeus no qual voltaria a terem destaque na definição do perfil
original da evolução da África. “A História das Áfricas tem que ser voltada para
a África e não para o estrangeiro”.
REFERÊNCIAS:
ZERBO,
Joseph Ki-. História geral da África, I:
Metodologia e pré-história da África.– 2.ed. rev. – Brasília : UNESCO,
2010.