sexta-feira, 4 de maio de 2012

Bahia berço da cultura e religião colonial

                                       
UNEB- UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
PROGRAD – ASPES/FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO
BÁSICA – UNEB/MEC/CAPES/ PLATAFORMA FREIRE
CURSO DE LICENCIATURA DE HISTÓRIA
DISCIPLINA-HISTÓRIA DA BAHIA


                                                                                                                         


SÔNIA MARA DOURADO MARTINS




ARTIGO:
BAHIA BERÇO DA CULTURA E RELIGIÃO COLONIAL





Irecê – Bahia
2012
SÔNIA MARA DOURADO MARTINS






ARTIGO:
BAHIA BERÇO DA CULTURA E RELIGIÃO COLONIAL



Artigo apresentado como instrumento de avaliação da disciplina História da Bahia, ministrada pelo docente Emanuel Luis Souza, componente curricular do curso de Licenciatura em História, 11º módulo do 2º ano, oferecido pelo programa Uneb/Mec/Capes/Plataforma Freire.









Irecê – Bahia
2012
RESUMO

O presente artigo tem por objetivo analisar alguns aspectos ligados à religiosidade da Bahia no período colonial no finalzinho do século XV ao XIX (nos anos de 1500-1822), descrevendo  principalmente  suas características e origem. Partindo da análise de vários livros, artigos e  textos lidos sobre o referente tema, busco  entender as práticas de crenças religiosas dentro do contexto colonial, especificamente na Bahia, na tentativa de esclarecer algumas questões a respeito. Mostrando como ficou a situação da religião indígena (a xamanista,religião politeísta), no território com a chegada dos Cristãos, Inclusive, mostrar como aconteceu a busca pela manutenção da origem religiosa africana que também era politeísta (denominada de sincretismo religioso), sem esquecer o modo como se reelaborava o catolicismo nos novos contextos coloniais. A prática religiosa no Brasil, enquanto colônia portuguesa apresentava várias inclinações conforme a origem cultural e ética dos três grupos étnicos (índio, branco e negro) aqui instalados. Mediante os problemas e polêmicas em tratar deste tema, principalmente no período colonial, aonde a religião Cristã era mais rígida (radical), e também pela dificuldade de se encontrar livros e textos que contam especificamente sobre a religião na Bahia colonial e através da minha curiosidade pela temática, resolvi escrever este artigo sobre a religião, ou seja, religiões na Bahia colonial.


Palavras Chaves: Religião Cristã,Religião Indígena, Bahia colonial,Sincretismo religioso.




            BAHIA BERÇO DA CULTURA E RELIGIÃO COLONIAL
Sônia Mara Dourado Martins
"Se as doutrinas de Jesus sempre tivessem sido pregadas como a pureza de quando saíram de seus lábios, todo o mundo civilizado seria atualmente cristão." (Thomas Jefferson)
Os grupos étnicos que formaram a nossa sociedade brasileira deixaram um legado religioso riquíssimo e forte culturalmente. Os colonos, portugueses trouxeram consigo o Cristianismo e também algumas práticas evangélica e judaica. Os africanos, oriundos de diversas regiões da África, chegaram com os seus sistemas religiosos animistas e alguns que professavam o Islamismo. E quanto os indígenas, eles viviam segundo uma crença religiosa xamanista. Com a miscigenação e a missionação das populações e das crenças por elas seguidas foram dando origem a novas práticas religiosas que até os dias de hoje são praticadas.
    Ao estudar e pesquisar sobre a temática pude perceber que desde a chegada dos portugueses em 1500, a religião não era só uma, e sim, várias ramificações religiosas além da cristã, ao contrário do que abordam os livros didáticos adotados na maioria das nossas escolas, e estas foram cultuadas até o fim do período colonial 1882, lado a lado com o cristianismo da Igreja Católica, mas, não com o mesmo poder e a mesma força. Contudo, estas outras religiões passaram boa parte do tempo sem serem citadas na história do Brasil colonial e só durante o século XIX e XX é que autores começam a abordar com veemência este tema, em suas obras historiográficas, pois as mesmas ganham força neste período.
Para falar da religião na Idade Moderna, mais preciso, no período colonial, tenho que voltar um pouco (finalzinho) da Idade Média. Jean Delumeau em A Civilização do Renascimento, precisamente no capítulo O Renascimento como Reforma da Igreja, coloca a existência de um fator principal que caracteriza a vida religiosa nesse momento. “Segundo ele a ambição de poder temporal e o comércio da fé não deixaram de ser motivo de clamores por reformas, clamores esses, aliás, que já vinha desde a idade Média”. Entretanto, no séc. XVI, num ambiente arejado pelo humanismo, o controle da Igreja Católica sobre a fé não se fazia mais exclusivo como no período anterior, ainda que, provavelmente, esse controle nunca tenha sido exclusivamente marcante, o que se evidencia pela sobrevivência, ao longo de toda a baixa Idade média, de rituais pagãos, por vezes incorporados às manifestações Cristãs.
O fato é que agora, as pessoas poderiam escolher entre as pregações emotivas dos luteranos e demais grupos reformistas protestantes, e as missas católicas em latim, que em geral, não correspondiam aos anseios da maioria da população. Nesta explicação Delumeau deixa claro porque o anseio dos europeus de chegarem aqui, sendo a religião um dos principais motivos do seu  advento.
“Tendo como objetivo conseguir mais fiéis para sua Igreja Romana, pois a mesma teria percebido a necessidade de renovação no tratamento com os fiéis tardiamente, aí se vêem na obrigação de converter novos fiéis em terras mais distantes, fiéis estes desconhecedores da escrita e leitura e da cultura e crença colonial”. (DELUMEAU)
Este processo só fez ajudá-la a mover também a sua própria reforma, esclarecendo os ensinamentos e a doutrina Cristã por meio do catecismo, como foi feito aqui na Bahia na época colonial do Brasil com os índios, que foram bem mais fácil de serem manipulados, além de se preocupar com o preparo dos padres, que passaram a serem formados em escolas especiais, os seminários.
O português foi sem dúvida, o europeu que mais contribuiu para a formação cultural, educacional e religiosa do povo baiano. Com a convivência com os índios puderam aprender muitas coisas, principalmente o português Diogo Álvares ao qual recebeu a alcunha de Caramuru que conviveu bastante tempo com os índios ao ponto de se unir e ter filhos com uma índia tupinambá, Catarina Paraguaçu, aprendendo sua língua e costumes, e mais tarde veio o padre jesuíta José de Anchieta, deste modo teve mais facilidade de convencer os índios a ajudarem na construção da cidade de Salvador, no qual os mesmos conseguiram material para a construção, carregou-no até o local escolhido para se edificar a cidade.
Cidade esta que herdou a arquitetura da moda em Portugal da época, dando ares europeus à cidade de Salvador. Também a música, a religião Cristã, a estrutura familiar com base no casamento baseado nas leis cristãs, a prática da monocultura e outras características mais, estabelecendo os seus costumes, hábitos, enfim a sua cultura, as quais herdaram.
“Os baianos, como todos os brasileiros, herdaram a forma de sociedade patriarcal. Os lusitanos criaram uma Bahia agrária, mercantil e escravocrata voltada para as necessidades do capitalismo comercial que dominava o mundo dito civilizado”. (TAVARES, Luís Henrique Dias. - História da Bahia. - São Paulo: Ática, 1987).
Tendo a Bahia construída e organizada a base lusitana, ficou mais fácil a manipulação religiosa, lembrando que esta não foi a única a se estabelecer e criar raízes na Bahia colonial. Já que a Bahia encontrada pelos portugueses não era Cristã, nem protestante, espírita ou animista. Era sim marcados pela crença em um mixto de lendas criadas pelos nativos, donos das terras, baseadas nas entidades naturais que explicavam à vida, a morte, a doença, a cura, as desgraças, as alegrias... Não havia deuses e deusas nas crenças dos povos indígenas e, às vezes, fatores importantes como o surgimento do sol, da terra, das estrelas ou da água não tinham resposta, mas, dentro do contexto indígena era uma religião bastante organizada.
Ao longo da história a cidade de Salvador permaneceu sempre ativa nas ações da Igreja, grande e destacada na formação espiritual e moral do povo baiano, e, principalmente na educação. Representado na figura do padre, que vieram para cá com um propósito de “reinventar o humano” como bem disse Darcy Ribeiro, esta era a utopia jesuítica.
Ao longo destes quinhentos e doze anos de história da Bahia, o território hoje deste Estado, foi lentamente povoado pela contribuição dos grandes grupos étnicos do índio, do europeu e do africano. Sendo o índio o mais antigo, pertencente a diversos grupos, como: tupis, jês, cariris... Etnias estas que não formaram grupos isolados, muito pelo contrário dentro das circunstâncias da posse das terras do Brasil pelos europeus ambos viveram lado a lado um dependendo dos outros.
“No convívio do trabalho de produção da grande lavoura  da cana-de-açúcar, do algodão, do fumo; nos currais de gado; nas minas de ouro e diamante; muitas foram as situações de acasalamentos, e desses surgiram os tipos mestiços da variedade colorida do povo baiano (...). Homens e mulheres que realizaram o espelhado povoamento das várias regiões do território baiano”.(TAVARES,1981, P.- 25)
Cada um destes grupos, índios, europeus e africanos, deixaram marcadas contribuições na vida baiana, no campo da cultura; economia; política; social e religiosa. Os europeus ao chegarem aqui trouxeram o cristianismo com o objetivo de conquistar mais fiéis já que a Igreja Católica estava perdendo muitos, devido à reforma protestante e contra reforma religiosa. Cristianismo este que pretendia universalizar a sua linguagem, as suas normas, os seus gestos tratavam de juntar, à conquista territorial, a conquista espiritual da Terra do Brasil, tendo o objetivo maior que era o de cristianizar os brasis.
Na Bahia encontra-se uma religiosidade com aspectos caracterizados por uma variedade de religiões, seitas, igrejas, terreiros, crenças separadas ou totalmente misturadas, uma vida cristã baseada no sagrado e no profano, esta mistura vem dos primórdios colonial.
 Quando os europeus desembarcaram nas praias e enseadas da Bahia, encontraram um povo totalmente diferente do que estavam acostumados, povos estes com uma religião de mitos animistas que temiam os fenômenos da natureza, como: raios, trovões, relâmpagos. Que resumidamente a vida religiosa dos nativos era baseada na crença em seres míticos que perturbavam a caça e os atormentavam fisicamente. No qual os portugueses ao defrontar com tanta inocência e ingenuidade tirou proveito da situação.
Segundo o Padre Manoel da Nóbrega informa em uma de suas cartas, que passo a fazer uso para explicar esta apropriação dos portugueses, pois em suas crenças os índios tinham uma divindade Tupã (tupan, tupã, tupana ou tupuque), que para o padre Manoel da Nóbrega,
 “não significava entidade espiritual superior, e sim a palavra Tupã designava trovões e relâmpagos, mas, para os padres Jesuítas a consideração apropriada para transmitir aos Tupinambás à noção do Deus cristão, apresentando a eles com o poder de castigar e perdoar.” (TAVARES apud Padre NÓBREGA, Manoel da, 2008).
O índio não tinha sacerdotes nem guardiões da fé, certa generalização tende a confundir a figura do pajé como o feiticeiro, mas depois de alguns estudos  podemos perceber que o pajé era um individuo de diversas funções, adivinho, pacificador da natureza, mestre de cerimônias fúnebres...ele não era preparado para ser pajé, mas, revelava-se pajé.
    Além das manifestações espirituais dos índios e dos europeus, também teve as manifestações com as chegadas dos africanos, que trouxeram consigo todo um sincretismo religioso desde 1545. Ao chegarem aqui, mesmo que forçados, trouxeram junto consigo um pedaço da África representada nas diversas ramificações religiosas oriundas de várias regiões de sua nação. Que ao entrar em contato com as já existentes aqui puderam dar origem a outras religiões.
    Mas quero lembrar que o foco deste artigo não é destrinchar todas as religiões e sim as principais deste período, como: Cristã (os brancos) Igreja Católica e monoteísta, Xamanitas (os índios) Religião politeísta cultuavam e respeitavam qualquer manifestação da natureza e o Candomblé é politeísta e animista, que relacionavam seus deuses com a natureza e que para cada um existe uma manifestação distinta.
    Nasceu da mistura das religiosidades africanas e das indígenas. O Candomblé é uma cerimônia religiosa animista que obedece a diferentes rituais: ewê (jeje), ijexá, aussá, ketu, no qual cada um representava um elemento natural. Que tem como objetivo principal permitir a presença dos Orixás os deuses nagôs entre os humanos, que são revivencias de mitos que fala da criação do mundo, do homem, e de suas relações entre si e com o mundo. Tendo dois grupos étnicos distintos da África, um formado por pelos Bantos (que vinham do Congo, Angola e Moçambique) e o outro os sudaneses que vinham da Nigéria e do Benim (que são os iorubas ou nagôs e os jejes).
Religião esta com alguns rituais manifestados com danças, cânticos onde cada orixá tinha o seu, no qual os fiéis as filhas de santos em especial conhecidas como “cavalos de santos” por receberem entidade dos orixás no qual conhecemos como “baixar o santo”, praticados por escravos; negros forros e negros fugitivos. O culto africano ao Candomblé aqui na Bahia colonial foi perseguido pelas autoridades locais e proibida de ser praticado, devido aos seus rituais que eram consideradas de bruxaria. Então os negros passaram a cultuar suas divindades e seguir seus costumes,  perpetuando  assim, os portugueses pensarem ou acreditarem  que os tinham convertido para o cristianismo.Sendo assim os negros davam aos seus Orixás nomes   e imagens de origem católica, por isso ela se manteve e propagou por todo o Brasil e o mundo .
Mas, lembrando que na Bahia colonial, estas religiões não surgiram juntas e que uma a uma foram aparecendo, mas sempre sofrendo intervenção da majoritária por terem acesso ao conhecimento intelectual maior que os demais que são os cristãos.
O Candomblé era baseado nos terreiros do fundo da casa, e que se mantinha assim meio que na clandestinidade, até século XIX, onde os negros com esta artimanha das identificações dos seus Orixás (deuses) com os santos da Igreja Católica conseguiram driblar o clero. Onde podemos perceber desde o início uma dominação ou tentativa de tal, por parte da Religião Cristã, que perseguiram e até mataram (inquisição) pessoas por não permitirem a liberdade de cultos, acreditando que só os deles é que estava mais próximo da Bíblia por isso a mais correta. E assim permaneceram por mais de séculos estes desentendimentos.
Assim permaneceram por mais de séculos estes desentendimentos, e até guerras, torturas e mortes, por serem considerados de coisa do diabo (os famosos hereges), por não estarem de acordo com o clero e a coroa portuguesa. Concluindo este artigo, o qual acredito que possa vim a contribuir para a aprendizagem sobre os primórdios da Idade moderna e contemporânea, identificando suas características e diversidade, na Bahia Colonial.
Por Sônia Mara Dourado Martins, aluna do 11º módulo do 2º ano do curso de Licenciatura em História pelo programa ASPES/Formação de professores da educação básica – UNEB/MEC/CAPES/PLATAFORMA FREIRE

                                      
REFERÊNCIAS:
CHIANCA, Rosaly Braga e SILVA, Lilian dos Santos. - História: Bahia. – 2 ed.-  São Paulo: Ática, 2012.
HANSEN, João Adolfo. – Manoel da Nóbrega. – Recife:Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2010. 
 RISÉRIO, Antonio. Uma História da cidade da Bahia. -2. ed.-  Rio de Janeiro: Versal ,2004.
 SOUZA, Laura de Mello e. O diabo e a terra de Santa de Cruz: feitiçaria e religiosidade, popular no Brasil Colonial. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                       
Histoiauniversal.forumeiros.com/t68-colonização-brasil.  Em 03/04/2012
Sbph.cliomatica.com?2006/historia-religiões-e-praticas-religiosas-Marcos- Almeida. Em 03/04/2012
www.outroladodanoticia.com.br/inicial/30411-Bahia-baixa-pode-ter-artefato- judeu. Em 03/04/2012

Análise da arte Grega


UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
PROGRAD – ASPES/FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA – UNEB/MEC/CAPES/ PLATAFORMA FREIRE
CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA




  SÔNIA MARA DOURADO MARTINS




ANÁLISE:
DO PERIODO CLÁSSICO DA ARTE GREGA







     Irecê - Bahia
   2011


SÔNIA MARA DOURADO MARTINS







ANÁLISE:
DO PERIODO CLÁSSICO DA ARTE GREGA


Análise apresentada como instrumento de avaliação da disciplina História da Arte, ministrada pelo docente João Emílio, componente curricular do curso de Licenciatura em História, 4º módulo do 2º ano, oferecido pelo programa Uneb/Mec/Capes/Plataforma Freire.





                                                 

                                                       Irecê – Bahia
                                                              2011
                                                      
A Grécia é conhecida como o berço da civilização ocidental, sendo o país que mais possui monumentos históricos, considerados patrimônio da humanidade.
De início a cultura grega absorveu os conhecimentos transmitidos por culturas anteriores principalmente a egípcia, depois foi construindo suas próprias criações artísticas, que se desenvolveram a partir das observações e do contato com os cretenses, que teve grande contribuição para formar nos gregos um espírito independente e individualista, que passou a apresentar uma produção cultural mais livre sem submição ou imposição de sacerdotes ou reis.
Um extraordinário desenvolvimento cultural na Grécia se dar por volta do séc. V a.C, onde Atenas é o centro mais importante, nela conviviam os maiores artistas e este período ficou conhecido com o nome de “século de Péricles”.
O traço fundamental da cultura grega foi a preocupação incessante com a beleza e a sabedoria, com a forma e o espírito. Essa preocupação transparece claramente em todas as manifestações artísticas que a Grécia nos legou como: escultura, arquitetura e pintura.
Influenciada pelos egípcios os escultores gregos começaram a esculpir imagens humanas principalmente masculinas, em grandes blocos de mármore, com uma semelhança enorme do real, somando-se ao naturalismo, sempre esculpiram homens nus com a postura sempre ereta, fortes, na posição frontal, onde o peso do corpo era sustentado nas pernas entre abertas, criando sua autonomia.
Com o passar do tempo passaram a esculpir estátuas em bronze (que é mais resistente do que o mármore que se quebrava facilmente) para dar mais leveza e liberdade de movimento, mantendo a posição frontal, mas, com a cabeça inclinada de lado, onde sustentava o corpo em uma das pernas e descansava em outra, mantendo o quadril alto deste lado representando movimento em vez de imagens estáticas como as do Egito, mostrando uma alternância de membros tensos e realizados.
A escultura do séc. IV a.C. começa a apresentar o nu feminino cujo período arcaico as figuras de mulher eram esculpidas sempre vestidas. Representando os mais altos padrões já atingidos pelo homem. Hoje a maioria das estátuas não existe mais em sua forma original em bronze e sim cópias em mármores pelos romanos.
A genialidade arquitetônica grega manifestou-se especialmente nos templos e colunas, seguindo dois estilos: o aperfeiçoamento da óptica (perspectiva) e a fusão equilibrada (do estilo Jônico e Dório). Cujo objetivo para suas construções não era o de reunir pessoas para culto religioso, mas para proteger das chuvas ou do sol as esculturas dos seus deuses e deusas.       Construída alinhadas, sem arcos nem cúpulas, eram retangulares, cercados de colunas, impressionavam e impressionam até hoje, pela harmonia das proporções e pelo equilíbrio de volume. Mas, os templos gregos não eram de grandes proporções.
  No estilo Dórico encontramos uma arquitetura simples e maciça. Suas colunas ou fustes eram lisos e sobre ela ficava o friso que era dividido em tríglifos (retângulos com sulcos verticais) e métopas (retângulo que podem ser feitos lisos, pintados ou esculpido em relevo). Sendo as colunas dórias bastante baixa,o seu capitel é extremamente simples, têm sulcos de cima a baixo (caneluras).
Já na ordem Jônica a arquitetura se apresenta geralmente com mais leveza e liberdade,seu capitel era o mais alto e elegante. Era mais ornamentada, tendo o topo dos fustes (capitel) bem decorado com detalhes em baixo-relevo. Além de templos também tinha os teatros que eram construídos ao ar livre, com três partes a cena (skene) para os atores em se, a orquestra (Komistra) para o coro e arquibancada (Koilon) para os espectadores. 
Na pintura os gregos retratavam os burgueses, sua família e os objetos de luxo de sua residência com minúcias de detalhes, e esta apareceu como elemento de decoração da arquitetura, em paredes (telas) gigantes, tudo que se construía na Grécia era bastante grandioso para ostentar o poder.
A pintura grega encontrou também uma forma de realização na arte da cerâmica, nesta eram feitos vasos conhecido e famoso em todo o mundo não só pelo equilíbrio de sua forma, mas, também pela harmonia do desenho, das cores e do espaço utilizado para retratar cenas do cotidiano deles e cenas da mitologia grega.
Este tipo de pintura clássica grega divide em três grupos: figuras negras sobre o fundo vermelho, figuras vermelhas sobre o fundo negro e figuras vermelhas sobre o fundo branco.
 E assim foi apresentada um pouco da cultura e arte da Grécia antiga clássica. Que vinha sempre aproveitando de aspectos artísticos e culturais de outros povos até criar sua própria identidade artística e cultural, seus traços específicos  com mais liberdade e movimento, com plena autonomia.







REFERÊNCIAS:

PROENÇA,Graça.A Arte na Grécia in História da Arte. Ed. 16ª São Paulo:Ática.
Sistema pleno de pesquisa: ensino médio/coordenação. Tania Dias Queiroz. -. Ed.1ª. São Paulo:Editora Ridel,                                                                                          
A História ilustrada: da Grécia Antiga. São Paulo: Editora Escala.



A Reforma Calvinista

                                         
UNEB- UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
PROGRAD – ASPES/FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO
BÁSICA – UNEB/MEC/CAPES/ PLATAFORMA FREIRE
CURSO DE LICENCIATURA DE HISTÓRIA
DISCIPLINA-HISTÓRIA MODERNA


                                                                                                                         


SÔNIA MARA DOURADO MARTINS




RELATÓRIO:
A REFORMA CALVINISTA





Irecê – Bahia
2012

SÔNIA MARA DOURADO MARTINS









RELATÓRIO:
A REFORMA CALVINISTA


Relatório apresentado como instrumento de avaliação da disciplina História Moderna, ministrada pelo docente Claudinei Alves, componente curricular do curso de Licenciatura em História, 11º módulo do 2º ano, oferecido pelo programa Uneb/Mec/Capes/Plataforma Freire.





Irecê – Bahia
2012
A Reforma Calvinista
Durante o período da Idade Média, a Igreja Católica acumulou muito poder. Ela era rica, possuía vários feudos e quase todas as pessoas, inclusive os nobres, lhe pagavam taxas (dízimos), exercia influência diretamente no dia-a-dia das pessoas, obrigando-as a se comportarem de acordo com as regras estabelecidas por ela.
    Apesar da grande influência que até então exercia na sociedade européia, a Igreja Católica, a partir do século XIV, começou a enfrentar severas críticas, tanto por suas idéias e normas quanto pelo comportamento de alguns membros do clero. Entretanto, sua força e seu poder afastavam-na da vida espiritual de seus fiéis, pois muitos membros do clero usavam a fé das pessoas para acumular bens, riqueza e poder. E nos séculos XV e XVI começa a brotar idéias que estimulavam as pessoas a questionarem a riqueza e o poder da Igreja. Nobres, burgueses e pessoas do povo se perguntavam: Por que devemos nos sacrificar pagando tantos impostos à Igreja? Por que devemos sempre obedecer aos padres? Por que preciso deles para entrar em contato com Deus?
    Criticavam a falta de preparo moral, intelectual e religioso de muitos membros do clero, já que a cúpula política da Igreja se encontrava em um alto grau de corrupção, entregando cargos eclesiásticos muitas vezes a membros das mais ricas famílias aristocráticas da Itália. E por que os mesmos dedicavam mais aos bens materiais do que à conquista e à salvação dos fiéis, além disso, desvios de conduta da própria Igreja eram considerados abusivos, tais como a exploração da boa fé do povo, com a venda das indulgências para a salvação da alma.
Neste cenário social de resistência e crítica às posições tradicionais da Igreja Católica, acabou resultando num amplo movimento de contestação e de divisão da Igreja cristã na Europa, processo conhecido como Reforma Religiosa, responsável pela criação das Igrejas Protestantes, cujos líderes foram perseguidos e alguns presos, em toda Europa acusado de heresia. Neste relatório não vamos adentrar em todas as reformas (originando novas religiões) e sim, iremos focar exclusivamente em uma só que surgiu no início da Idade Moderna em Genebra na Suíça, que é a Calvinista.
Ocorrido como um desdobramento da Reforma Luterana, o movimento Calvinista foi uma das principais religiões surgidas durante a Reforma Protestante, na Suíça em 1536. Criada pelo teólogo João Calvino ( excelente  orador e escritor, autor de vários livros),  que nasceu na França em 1509, foi encaminhado à carreira eclesiástica por seu pai, acedeu à Reforma em 1533 e ainda jovem aderiu às idéias reformistas de Lutero.
Por conta de suas idéias, no intuito de disseminar outra compreensão sobre as questões de fé levantadas por Martinho Lutero, foi perseguido na sua terra natal. Fugindo da perseguição na França, chega à Suíça. Esteve na Basiléia e depois se fixou em Genebra (Suíça), rica cidade de mercadores, palco da ação de uma crescente burguesia, transformou-a em sua “Jerusalém reconstruída, através do desenvolvimento de suas idéias religiosas onde encontrou o terreno já preparado pelo padre reformador suíço Ulrich Zwinglio, que trouxe as idéias luteranas para o país no qual teve grande aceitação por parte da burguesia local. Idéias estas que já haviam gerado um violento conflito entre reformistas e católicos entre 1529 a 1531, onde Zwinglio foi morto no último ano de conflito. Em Genebra publicou a obra “Instituição da Religião Cristã” (1536), que expôs os fundamentos de sua doutrina, de onde controlava rigidamente os costumes da sociedade.
Calvino com suas pregações conseguiu rápido sucesso na Suíça, onde conquistou a posição de chefe político e religioso, governando Genebra com poder absoluto, através das Ordenações Eclesiásticas, implantou leis rígidas, que davam à sua Igreja o controle total sobre a vida religiosa, moral e política dos cidadãos, encarregando funcionários de fiscalizar a moral pública e particular dos hábitos e costumes das pessoas. A nova Igreja dividiu-se em fiéis, pastores e um conselho, o Consistório, que possuía amplos poderes
O Consistório, órgão que era à base da sua doutrina religiosa, composto por três sacerdotes da cidade e 12 dos mais respeitados burgueses eleitos por um conselho municipal. Este regulava a vida dos habitantes com o mesmo rigor da inquisição. O Calvinismo ao contrário da luterana que manteve traços da Igreja Católica eliminou qualquer vestígio desta, guardando o sábado como o dia mais sagrado da semana em oposição à estas que guardavam o domingo,  dava ênfase à ética e à moral e atribuía também às virtudes do trabalho, elementos essenciais à sua doutrina, algo condenado por ambas.
A Reforma Calvinista foi mais rígida do que a Luterana. Suas práticas religiosas eram simples, resumindo-se apenas no comentário da Bíblia, preces e cantos, em Igrejas despojadas de imagens, e apenas os sacramentos da eucaristia e do batismo foram conservados, os pastores não eram tidos como intermediário de Deus e sim, homens simples fiéis encarregados da pregação e das preces. Pregava a salvação pela fé e acreditava que cabia somente a Deus escolher o que tinham fé e, conseqüentemente, alcançariam o Céu após a morte, ou seja, aprofundou a idéia da predestinação, afirmando que o destino de todos os seres humanos estava marcado pelo pecado original transmitido por Eva e Adão.
 Segundo ele, Deus teria escolhido alguns (os predestinados), que seriam salvos e teriam vida eterna, enquanto os demais seriam condenados a ir para o inferno, desde o dia do seu nascimento baseada na predestinação, ou seja, a simplicidade, poupança, boa conduta, bons costumes, seriedade e pensamento sempre voltado para Deus é que lhes trariam a salvação, e, via na riqueza, desde que adquirida com o trabalho honesto e todas as atividades produtivas e comerciais (artesanato, manufatura) um sinal de Deus que  eram aprovadas pelos burgueses, porque queriam enriquecer e acumular riqueza, assim como o lucro e até a cobrança de juros ou, empréstimos de dinheiro a juro (usura), que deixou de ser um pecado como era visto pela Igreja Católica e via na miséria a fonte de todos os males e pecados.
Assim, Calvino passou a ser considerado o pregador espiritual do ideal Capitalistas, mas, ele deixava bem claro que certamente não é o nobre, que não faz nada e desperdiça suas riquezas com o luxo, mas, quem trabalha duro, poupa o dinheiro que recebeu e está sempre preocupado com o crescimento de seus negócios agrada a Deus, pois quem agrada a Deus e tem fé é exatamente o predestinado à salvação. Tudo isso mostra o que muitos estudiosos imputam que os valores calvinistas estimulavam e desempenhava um papel histórico importante no advento e fortalecimento do capitalismo.
A doutrina Calvinista além das citadas a cima, também se ver reconhecida na ausência de um chefe religioso, a permissão para o casamento dos pastores e a abolição do culto aos santos. Os divertimentos (bailes, jogos, teatro, música...), o adultério, a feitiçaria, a vaidade de usar jóias e roupas luxuosas, a oposição ao calvinismo, o sexo antes do casamento, eram considerados pecados graves, porque afastavam as pessoas de Deus e das obrigações. Esses rigores a uma vida voltada para o trabalho criaram a chamada moral puritana, conquistando adeptos em outras regiões da Europa no qual ganhou diferentes nomes.
Puritanos foi como os seguidores do calvinismo na Inglaterra ficaram conhecidos por causa do tipo de comportamento, marcado pela seriedade, pela austeridade inclusive no vestir e pela dedicação ao trabalho;na França foram chamados de huguenotes e na Escócia onde as idéias calvinista foi implantada por Jonh Knox, a Igreja foi organizada a partir de conselhos e pastores, os presbíteros, daí a designação de presbiterianos.
Em suma, vimos que muitas idéias de Calvino eram controversas, mas nenhum outro reformador fez tanto para obrigar as pessoas a pensar sobre a ética social e cristã. A partir destas preocupações, desenvolveu a Igreja que hoje chamamos de Presbiteriana. Organizou o governo da Igreja de forma diferente do governo civil, de maneira que um corpo organizado de homens da Igreja pudesse trabalhar visando à reforma social, sendo o primeiro líder protestante da Europa a conseguir independência parcial da mesma em relação ao Estado. E que os sinais do favor de Deus estariam ligados a condução de uma vida materialmente próspera, ocupada pelo trabalho e afastada das ostentações materiais. 
                                                                                                           

 




   
   















   
REFERÊNCIAS:
Almanaque de História. Ano 2, Nº 4.- São Paulo: On line  Editora, 2011.
BRAICK, Patrícia Ramos e MOTA, Myriam Becho. - História: das cavernas ao terceiro milênio. - 2ª Ed. - São Paulo: Moderna, 2006.
Educação. uol.com. br/historia/reformas-religiosas, no dia 03/04/2012
MARANHÃO, Ricardo e ANTUNES, Maria Fernanda. - Trabalho e civilização: uma História global. - 1ª Ed. - São Paulo: Moderna, 1999.
PANAZZO, Silvia e VAZ, Maria Luísa. Navegando pela História. 1ª Ed. - São Paulo: Quinteto Editorial, 2002.
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